Chico César emociona ao cantar ‘Béradêro’ no velório de Zé Celso. O cantor e compositor paraibano cantou uma versão emotiva de “Béradêro”. Veja vídeo no final.

O corpo de José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, chegou ao Teatro Oficina para um velório que começou por volta das 23h30 desta quinta (6) e que durou a madrugada toda.

O teatro fecharia a visitação até 9h, mas ainda havia uma grande fila fora do espaço aguardando para se despedir do dramaturgo. A equipe pede para que a multidão entre de mão dada para atravessar o ambiente.

O espaço seguia aberto ainda às 10h40, com pessoas abraçadas e comovidas dentro do espaço, cantando canções como “O Amor”, de Gal Costa, “Flores Horizontais”, da Elza Soares, e “Rasga o Coração”, de Vicente Celestino. Ao final, o público presente se reuniu ao redor do caixão com aplausos efusivos que duraram cinco minutos.

Depois, o corpo do dramaturgo será cremado em uma cerimônia fechada para amigos e familiares.

Zé Celso foi vítima de um incêndio em seu apartamento na última terça-feira (4) e não resistiu aos ferimentos, com 53% de seu corpo queimado. Estava em coma induzido até sua morte na manhã dessa quinta-feira (6).

O corpo foi recebido por uma multidão na rua em frente ao Oficina. Artistas e público cantavam, dançavam e gritavam evoé e viva o Zé.

Organizado em fila, o público foi orientado a entrar de mãos dadas, em uma corrente, para a despedida. As pessoas podiam passar rapidamente pelo caixão e eram orientadas a sair, ainda de mãos dadas, para que todos tivessem a chance de homenagear o dramaturgo.

Chamada de grande cobra, a fila em formato circular durou cerca de duas horas. Depois disso, o velório continuou com música, dança e aplausos.

As galerias do Oficina ficaram lotadas até o meio da madrugada, assim como o palco em formato de passarela. O caixão foi colocado na parte final da passarela. Várias pessoas circularam com garrafas e copos de vinho e cerveja.

Após 3h30, com o velório mais vazio, o público sentou em frente ao palco para ouvir canções no estilo bossa nova, cantadas em um tom mais baixo e acompanhadas de piano e violão.

Marcelo Drummond, o marido e sucessor no Oficina, permaneceu durante grande parte do tempo nas proximidades do caixão. Artistas como Alexandre Borges, Júlia Lemmertz, Chico César, Pascoal da Conceição e Karina Buhr acompanharam o velório durante a madrugada.

O corpo do dramaturgo foi coberto com uma bandeira da Vai Vai, escola de samba do Bexiga, e flores. É possível ver queimaduras em seu rosto, apesar da maquiagem realizada no teatro.

Do lado de fora do Oficina, seis vendedores ambulantes abasteceram o público com bebida e comida durante toda a madrugada. Dois bares na região também ficaram cheios. Vendedor de cerveja, água e refrigerante, William Rodrigues dos Santos conheceu Zé Celso e conversava com o dramaturgo quando dava tempo.

CELEBRAÇÃO

À tarde, ainda sem o corpo de Zé Celso, atores, diretores e a equipe do Oficina alternaram momentos de lágrimas e abraços com rituais de celebração.

“Tradição”, o samba que é uma espécie de hino do Bexiga, foi cantado em coro, assim como “Meu Cavalo Tá Pesado”, em que parte do público se integrou aos artistas, incluindo crianças, para percorrer o palco até mesmo um trecho da rua em frente ao teatro.

 

MENSAGENS DE ARTISTAS PARAIBANOS NAS REDES SOCIAIS

@oficialchicocesar: evoé, Zé! excelso seja teu nome. adeus não. me diga até sempre. algo de nós vai contigo, mas muito de você fica conosco. cantemos e dancemos pela @oficinauzynauzona. te abraçamos @marcelodrummond.

@tavinhoteixeira13 : Zé, vc é o coração amazônico do (meu) mundo, sempre no meu espelho terei vc, vc é o Outro do mundo, o oco do mundo, o oco do mundo, é vc, é vc. vc somos nós… azé, Laroyê!

@mayananeiva: Despedida de um dos maiores gênios da cultura brasileira Zé Celso Martinez Corrêa e sua herança viva de paixão, arte e ousadia. Seu rito de transmutação foi como a sua própria vida, campo imenso de festejo e liberdade. E apesar da tristeza, ter sido arrebatada pela existência desse grande artista sempre será uma benção e um motivo de grande alegria. Obrigada pela contribuição imensa. Trecho do canto lindo do meu amado amigo @oficialchicocesar pra abençoar à passagem de Zé e honrar a sua éter-nidade!

  • Vídeo captado por Mayana Neiva:

 

 



Por Com Folhapress