O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta terça-feira, 27, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que pode torná-lo inelegível até 2030. Apesar disso, ele afirma ter “bala de prata” para as eleições de 2026, e se mostra tranquilo em entrevista para a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.
A ação pela qual o ex-chefe de Executivo será julgado é movida pelo PDT, e trata da reunião com embaixadores, convocada durante o pleito do ano passado. Na ocasião, Bolsonaro colocou em xeque a segurança do sistema eleitoral brasileiro. No entanto, ele nega o feito.
“Eu não ataquei o sistema eleitoral. Eu mostrei como é o sistema eleitoral. Eu perguntei ‘alguém tem esse sistema no seu país’? Não tem. A Alemanha já adotou. E depois viu que não era confiável. E querem me punir também pelo conjunto da obra”, declarou.
Segundo a colunista, ele admitiu a possibilidade de ficar inelegível, mas que, mesmo que fique fora da urna, pretende seguir com a vida política. “Eu não vou me desesperar. O que que eu posso fazer? Eu sou imbrochável até que se prove o contrário. Vou continuar fazendo a minha parte”, afirmou.
Quando fala em seguir a vida política, diz que é o “ex mais amado do Brasil”: “É um negócio que eu fico até… sai lágrimas dos meus olhos como o pessoal gosta de mim”. Bolsonaro também tece elogios à esposa, Michelle, e afirma que se ela quiser ser candidata, pode ser, mas que não tem “experiência para isso.”
Quanto a sair com outro nome, caso se torne inelegível, o ex-presidente disse: “Eu tenho a bala de prata, mas não vou te dizer, para você não ficar perturbando, no bom sentido. Eu tenho a bala de prata, mas não vou revelar”.
Ainda sobre a decisão do TSE, Bolsonaro opinou que com “um julgamento justo”, será “absolvido por unanimidade”. Mas caso o resultado seja o oposto do esperado por ele, poderá ir para os Estados Unidos, pois foi convidado para ser “garoto propaganda” do país.
“Mas eu não quero abandonar meu país. Tenho parentes aqui. Tenho uma filha aqui. Se eu for, vai a família toda embora. Mas mesmo assim. Eu fiquei três meses lá –e não tem terra igual à nossa aqui. Esse clima aqui de, quando está no bolo, fala besteira, conta piada de tudo que posso imaginar. É bacana. Lá você não tem muito isso aí”, explicou.