O cotidiano da Feira de Campina Grande com toda pluralidade de vozes, gestos, rostos e artigos ganharam registro nos traços do artista plástico paraibano Flávio Tavares. Inspirado em uma publicação sobre a feira de 1977, de autoria do escritor Chico Pereira, e sextilhas de Wergniaud Breckenfeld, o álbum ‘Feira de Campina Grande – um museu vivo da cultura popular’ é uma edição comemorativa do 36º Salão do Artesanato Paraibano, que será aberto em Campina Grande, nesta quinta-feira (8). Na ocasião, haverá o lançamento da publicação, cuja edição foi realizada pela Editora A União, da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC).
A feira no imaginário de Flávio Tavares
Ao artista Flávio Tavares foi dada a missão de reproduzir a feira como uma expressão cultural plural importante, por meio dos seus elementos mais significativos, desafio que as 72 páginas da publicação provam que cumpriu com excelência.
O artista plástico conta que a inspiração vem desde que teve contato com o livro de Chico Pereira, na época de sua publicação, e diz que tem uma relação muito forte com a feira, que o multicolorido e a profusão cultural estão muito presentes nas temáticas das suas pinturas. “Sempre que eu ia a Campina Grande, a primeira coisa que eu tinha obrigação de visitar era a feira, para aprender com a sua multiplicidade. A feira sempre foi muito viva dentro do meu imaginário”.
Flávio Tavares afirma que tem orgulho de fazer a parceria com Chico Pereira e revela também que fez as ilustrações inspirado e em homenagem ao fotógrafo paraibano Roberto Coura, que tem como uma das suas marcas de trabalho ensaios sobre a Feira de Campina Grande.
“A temática é diversificada, e difícil para o desenho bico de pena por conta do excesso, tudo em excesso é perigoso. No entanto, me inspiro em Roberto Coura, que tinha um olho magnífico que transformava o excesso numa simplicidade absoluta em fotos mágicas. Eu abordei a feira em preto e branco porque dá uma alma mais forte do que é o dia-a-dia, a cara do povo, a cara da gente. Abordei as músicas, pessoas vendendo objetos, e até coisas estranhas, animais estranhos, a feira é surrealismo também”, conta Tavares.