Evento conta com participação de atletas renomados mundialmente e com apoio e incentivo da Prefeitura Municipal de Cabedelo
Até este domingo (20), Cabedelo sedia a 2ª etapa do Circuito Brasileiro de Surfe Adaptado (ParaSurfe) 2023. O evento, que acontece desde a última quinta-feira (17), conta com ambientes totalmente acessíveis, nos quais o público pode acompanhar a etapa seletiva para o Campeonato Mundial de Parasurfe 2023 (ISA World Para Surfing Championship), que será realizado em Huntington Beach, Califórnia, de 5 a 11 de novembro deste ano.
O evento é pioneiro por contar com três novas categorias: síndrome de Down, autismo, surdo e mudo. A estrutura conta com o incentivo e apoio logístico da Prefeitura Municipal, que está garantindo a acessibilidade e segurança de todos os atletas e também do público.
Na etapa que acontece no Mar do Macaco, na praia de Intermares, participam dezenas de atletas, distribuídos em diversas categorias para a competição, que define os campeões brasileiros masculino e feminino da temporada de 2023.
O Circuito Brasileiro de Surfe Adaptado (ParaSurfe) 2023 tem como princípio a promoção da inclusão social por meio do esporte surf, oferecendo atividades diversas para o público em geral e para os atletas presentes na praia. Cabedelo está recebendo a segunda seletiva da história para um mundial de ParaSurfe.
O secretário de Esportes de Cabedelo, Maurício Santos, recepcionou os atletas e os promotores do evento e comentou sobre a importância da competição, lembrando as atividades de Paradesporto que já são realizadas no município.
“Queremos parabenizar a Federação Paraibana de Surfe e a Confederação Brasileira de Surfe e dizer que estamos muito felizes e realizados por receber um evento de tanta magnitude e importância para o desporto brasileiro. Aproveito a ocasião para salientar que nossa cidade é pioneira no Estado na criação de uma Secretaria que cuida especialmente da pessoa com deficiência e que esta gestão abraça todas as causas e está de braços abertos para receber grandes eventos” afirmou Maurício.
Paralelamente à competição internacional, a Secretaria da Pessoa com Deficiência de Cabedelo (ScPD) promove – juntamente com o Centro Universitário Maurício Nassau (UniNassau), a Assessoria e Consultoria para Inclusão Social (AC social) e a Associação Rodas da Liberdade – diversas atividades especialmente para os atletas e o público de pessoas com deficiência que comparecerem ao evento.
Dentre as atividades, projetos já desenvolvidos em Cabedelo, como as oficinas de arte PCD com pintura, argila, dança e música; demonstrações de aulas de Jiu-jitsu Paradesportivo; e atendimento com corpo técnico da pasta. Além disso, as demais organizações promovem atividades como aulas de ParaSurfe com instruções de surfistas e suporte de cadeiras anfibias; apresentação de projetos de acessibilidade, sessões de fisioterapia e massagem e ainda acompanhamento de equipes de saúde necessárias para o bem estar dos participantes.
“É um evento grandioso e de extrema importância que aproveitamos para dar mais visibilidade às nossas ações. Precisamos mostrar para toda sociedade que o mundo pode ser mais inclusivo e que as pessoas com deficiência podem praticar esportes, se divertirem e terem capacidade de fazer tudo que quiserem. Cabedelo já vem desenvolvendo projetos de inclusão e socialização, que envolvem cada vez mais essas pessoas na sociedade”, ressaltou a secretária da Pessoa com Deficiência de Cabedelo, Geusa Ribeiro.
O atleta e presidente da CBSurf, Teco Padaratz, comentou sobre o evento realizado em Cabedelo e fez muitos elogios à administração municipal. O ex-campeão comentou o que mais pesou na escolha do município para sediar a competição.
“Ano passado fizemos um evento de outra modalidade aqui e já observamos o potencial que Cabedelo tinha para o ParaSurfe. Pela acessibilidade que tem aqui em Intermares, pela qualidade das ondas que dá segurança aos atletas e por conseguirmos colocar todo mundo na água em alta performance. Além disso, temos o apoio de uma gestão que vem mostrando o quanto acredita no esporte e, por isso, é o lugar ideal. A seletiva levou essa galera pro Mundial, e o Mundial vai servir de laboratório pro Comitê Olímpico Paralímpico decidir se o surf vai entrar nas Paraolimpíadas de 2028 , e Cabedelo terá tido um papel fundamental neste processo”, concluiu Padaratz.
Atletas renomados – Dentre as várias participações da competição, a Praia de Intermares recebe os parasurfistas mais badalados do Brasil. Alguns com carreira internacional já consolidada, como o pernambucano Roberto Pino Montenegro (considerado o melhor surfista anão do mundo), que compete na modalidade Stand 1 – buscando o título brasileiro e o bicampeonato mundial na Califórnia. Pino elogiou a estrutura do evento e a receptividade em Cabedelo.
“Cabedelo está de parabéns. Essa é a segunda seletiva brasileira da história e já está muito melhor que a do ano passado, em Porto de Galinhas (PE). Estamos muito felizes por essa gestão municipal abraçar o ParaSurfe nesta praia belíssima, ideal para essa prática esportiva. A CBSurf teve uma decisão muito acertada em escolher esta cidade”, destacou Pino.
Coragem, determinação e uma lição de vida é o que traz na bagagem o jovem parasurfista capixaba Derek Rabelo, que também é life coach e palestrante. Derek, que já dropou nas ondas gigantes de Nazaré em Portugal, compete na modalidade para deficientes visuais. Ele demonstrou muita expectativa de conhecer o mar em Cabedelo.
“É um lugar novo onde eu nunca tinha vindo e é super legal conhecer essas pessoas que estão envolvidas nas etapas do ParaSurfe. O surfe também é inclusão e pra gente é uma honra ser recebido nesta cidade. Eu decidi desde pequeno que o fato de ter nascido cego nunca seria desculpa ou motivo para me impedir de realizar minhas conquistas, disse.
Já o mineiro hexacampeão mundial Fellipe Kizu Lima resumiu o sentimento que os surfistas adaptados estão sentindo em Cabedelo.
“É um orgulho gigante está presente com todo mundo. A CBSurf está dando um show por ter reunido tanta gente importante neste evento tão bem organizado. Isso é um chute inicial na evolução do surf adaptado no Brasil. Parabéns aos envolvidos”.