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A Prefeitura da Capital começou há seis meses, estimadamente, a renovação do seu arsenal de fiscalização eletrônica do trânsito. Pelo que vi na Internet, ao final do serviço a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob) contará com um total de 65 medidores de velocidade.

Esses equipamentos funcionam, em tese, feito armas na guerra contra a violência sobre rodas, um assassino em série à solta na cidade diariamente transformada em cena de crimes diversos que vão de homicídios a tentativas de, além de lesões graves que quando não aleijam, matam.

Ano passado, motos e carros de diversos calibres eliminaram mais de 100 vidas humanas em João Pessoa (108 mortes registradas). Como se fosse pouco, jogaram em macas do Samu e leitos do Hospital de Trauma mais de 10 mil corpos com ferimentos graves, muito graves ou gravíssimos.

Apesar de tantas perdas e danos, volta e meia alguém maldiz uma tal “indústria da multa” que seria impulsionada pela Semob através de lombadas, bandeirões e pardais eletrônicos. Quando leio ou ouço algo assim, lembro imediatamente do didatismo cartesiano de Jomar Brandão.

Dublê de radialista e agente da Semob, quando trafegávamos pelo Sistema Correio, Brandão desmontou minha crença na suposta usina de multas com uma explicação irretorquível. “Rubens, é muito fácil não levar nem pagar multa: basta não cometer infração de trânsito”, ensinou.

Realmente… Quem enche as burras da Prefeitura por conta de crimes no trânsito não é a lombada, o bandeirão, o pardal ou a câmara que vigia ruas e avenidas da urbe. O verdadeiro operário dessa fábrica faz do volante a grande ferramenta com que produz transgressões e fatalidades.