Vereadores Naedson Graciano, Célio Rufino e Irmão Josivaldo

Sim, as coisas inacreditáveis existem. Leio com espanto no portal Diário de Vanguarda que três vereadores de Santa Rita votaram contra o projeto de lei cujo objetivo é cumprir a burocracia necessária para que o município se habilite para receber o valor de R$ 1.145.907,00 do Governo Federal, referente à Lei Paulo Gustavo. O objetivo da lei é financiar projetos culturais na cidade.

Sinceramente, penso que o Conselho de Ética da Câmara Municipal de Santa Rita – que se não existe precisa ser criado – deveria ser acionado. Diante dos fatos, concluo que os três patéticos vereadores não merecem ocupar um lugar de representação do povo santa-ritense. Deveriam ser cassados. Precisam ser defenestrados imediatamente por atentar não apenas contra a cultura, mas contra a economia da cidade.

Somente em torno das quadrilhas juninas existe uma cadeia produtiva que envolve dos coreógrafos às costureiras. Será que desconhecem? Da mesma forma quanto as agremiações carnavalescas e da cultura popular de um modo geral.  Santa Rita possui uma tradição importante no teatro, na música e na produção cultural independente.  Não acredito que esses três cidadãos de bem calcularam o impacto negativo que causariam.

Há muito tempo Santa Rita é uma referência na produção cultural. Gente que leva no peito e na raça suas produções na terra do saudoso ator Héliton Santana. Provavelmente esses três calaram quando a Prefeitura gastou quase meio milhão com apenas uma atração para os festejos juninos. Esse tipo de político agoniza ao desprezar os interesses da população para atender suas pautas ideológicas e mesquinharias políticas.

Todavia estão mexendo com muito mais gente que imaginam. Talvez não conheçam a profecia do ex-governador Wilson Braga: “artista não dá voto, mas tira.” Seriam seguidores das ideias armamentistas que criaram uma geração de especialistas em tiro no pé? (Afora as conhecidas tragédias.) Quando artistas ou produtores locais ganham algum pagamento pelo trabalho feito, é na padaria do bairro que vão comprar o pão. É no mercadinho da esquina que aquele recurso será transformado em mantimentos.

Os três estão entrando para os anais da história pela incapacidade de analisar e votar uma matéria de interesse da cidade. O argumento que estão apresentando, não se sustenta e nem deve ser citado. São palavras que nos causam a famosa vergonha alheia.  Nenhuma explicação furada irá segurar o repúdio do setor criativo de Santa Rita e da Paraíba. Não apenas dos artistas e fazedores de cultura, mas dos que sabem o mal que esse tipo de político faz para uma cidade.