O Brasil precisa de união. Focar nos seus verdadeiros problemas e superar as pautas de costumes e moralidades. E, sobretudo, ir além das ideologias políticas para concentrar os esforços em gestão pública e democrática.

É preciso urgente um raio X aprofundado dos desafios para que haja um desenvolvimento econômico harmonizado com o desenvolvimento social. Não adianta a economia melhorar e as grandes massas continuarem na miséria dependentes de esmolas oportunistas quase sempre atreladas aos momentos eleitorais.

Desde a segunda eleição da ex presidente Dilma Rousseff (PT) que a divisão política do país se acentuou. Aquela campanha política do PT contra o PSDB, em 2014, gerou um clima de animosidade entre as pessoas. Pouca gente se lembra, mas foi exatamente nesse pleito que as redes sociais se tornaram mais relevantes. Qualquer um podia gostar ou desgostar e expressar a sua opinião para milhares de pessoas. As redes sociais transformaram milhões de pessoas em analistas políticos.

Infelizmente a maioria da população não tinha preparo para julgar de maneira isenta e equilibrada. E o que aconteceu? A Internet se tornou uma terra sem lei e o ódio a moeda corrente. Essa pancadaria destruidora de reputações evoluiu e cresceu ainda mais nas eleições subsequentes. E o resultado foi a vitória de Jair Bolsonaro, em 2018, que aprofundou a divisão entre esquerda e direita.

Quero destacar que sou contra qualquer tipo de censura. Mas a propagação de mentiras e fake news têm que ser punida. Seja de que lado for. Cada um deve ser responsável perante a lei dos seus atos. Resumindo: as redes sociais se tornaram campos de batalhas insanas de todos contra todos. Como o Brasil poderá ter um desenvolvimento social saudável com essa guerra permanente que atinge toda a nossa população?

O pior que passadas as eleições de 2022 a pancadaria não cessa. Seja Bolsonaro ou Lula o presidente o tiroteio continua acirrado.

Na minha opinião, o problema é que ninguém quer trégua. O objetivo não é só governar o país, mas exterminar os adversários políticos vistos como inimigos. É uma guerra civil silenciosa que acontece nas redes sociais colocando em risco a gestão das verdadeiras questões que interessam à população.

Falta ao Brasil a liderança política de alguém que queira unir o país para vencer os seus principais problemas. Que possa dialogar com todos os espectros ideológicos em favor do bem-estar da Nação.

Quando uma pessoa chega num hospital público sentindo dores não vai querer saber se a gestão da saúde é da direita ou da esquerda. O cidadão quer ser bem atendido e recuperar a sua saúde física e psicológica.

Falta nessa equação política brasileira os ingredientes da paz, do amor e da tolerância com o contraditório. Interesses pessoais e de grupos partidários são colocados a frente das
reais necessidades das pessoas. Um desastre!

Não vejo como essa trilha de ódio e intolerância possa levar o país ao verdadeiro propósito de proporcionar bem-aventurança aos filhos e filhas da nossa terra.

Mais uma vez a eleição ainda não terminou. E os grupos políticos radicais continuam a se degladiar nas redes sociais criando um clima de instabilidade política e social. O pior é que que essa guerra estridente na Internet, às vezes, extrapola para o mundo real como vimos nos atos insanos do 8 de janeiro, em Brasília.

O meu sincero desejo é que o diálogo seja retomado no Brasil para se restabelecer um clima de paz e união que possa dar um futuro melhor às futuras gerações de brasileiros.

 

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Diário de Vanguarda