Não sei vocês, mas sou do tempo em que a gente saía de consultório médico sabendo a doença que tinha e o remédio certo para tomar. Um tempo em que ao doutor parecia bastar anamnese, estetoscópio e, a depender da queixa do paciente, um aperta aqui e um puxa dali suficientes para descobrir onde doía de verdade.

Tenho sorte de ainda ir a médico que não precisa quase nada além da consulta para saber o que incomoda, ameaça ou adoece. Quando muito, após conversar, tirar pressão e auscultar, ele ou ela me pede uma chapa, um eletro… Aí, a pessoa tira e volta lá com laudo que confirma algo de que ele ou ela já suspeitava ou tinha certeza.

Todo respeito e toda a gratidão aos médicos em geral, mas vamos combinar: difícil ser atendido hoje sem passar por uma danação de exames clínicos e radiológicos diante dos quais o paciente recebe, finalmente, uma prescrição. Porque diagnóstico médico deve ter de antemão, mas mesmo assim muitos requisitam um monte de exames.

A questão é se são todos necessários e – tomara Deus! – precisos. No meu caso, quando acontece, sinto-me consumidor de uma cadeia produtiva que não raro inclui a compra de três, quatro, cinco ou mais medicamentos para uma só doença. Como se a gente precisasse fazer várias apostas para acertar o prêmio, ou seja, a cura.