Andei sabendo de uns disse me disse lá da FLIC. Tudo notícia fresquinha já que a Feira Literária Internacional de Campina Grande terminou ontem.
Disse que um grupinho de autores e autoras mais chegados saíram marcando as mesas como alunos de 5ª série prapoderem sentar tudo juntinho, reparem, só. Tudo encangado feito corda de caranguejo. Uma outra quis ficar de moído por te esquecido o banner, o que foi resolvido com sagacidade: prenderam um livro e dois marca páginas na parede.
O pessoal de uma editora adotou o grupo e saiu fazendo foto e vídeo tudo 0800 porque vocês sabem, né, a união faz a força. Mas não é esse o nome da editora não, viu? É uma com nome de rio, mas se perguntarem não fui eu quem disse. Não quero ser tomada por fofoqueira.
Soube de um autor que jurava estar na hora do recreio da escola trocando figurinhas. Era um tal de: quer trocar teu livro com o meu? Que eu quero ver dar conta de tanta leitura. Mas não é feio não, a coisa do escambo é antiga, quase tradição nesses espaços. Pior é quem pega bombom de gente que não conhece e oferece aos outros. Depois vem com conversinha de aí, me atrapalhei, pensei que fosse de fulana. Sei não.
Teve gente também estreando com livro de poemas, se amostrando, participando todos os dias, todos os tempos pramostrar a que veio. Essa soube vender o livro bem. Outra, já mais acostumada com o sucesso, não só mandou ver o currículo de professora (agora aposentada) como saiu lendo mais de um poema pra deixar todo mundo besta com a escrita. Inclusive, essa mesma quase perde de ganhar um kit da Flirede no quiz promovido por um autor famoso e sua equipe da SEDUC.
Mas eu soube que babado mesmo foi uma autora chorando na apresentação. Não bastasse ela esquecer de presentear um influencer super gentil que fez foto com ela e seus livros, a mulher falou, falou, chorou e não vendeu o livro. Mas confesso: eu a entendo.
Eu mesma não sei vender. Sou emotiva demais pra dizer compre. Eu digo seja, sinta, experimente. Eu conto sobre o processo, sobre a inspiração. Nunca falo da importância da compra, da leitura, da avaliação. Sobre não ser só prazer, mas profissão.
Profissão que eu abracei. Não com as unhas que não tenho nem os dentes que fico com medo de quebrar, mas com o coração que eu meto na frente de tudo. Aí não tem formação em publicidade nem especialização em marketing que dê jeito. Por isso eu escrevo.
Não conto mais por que já disse, não sou de fofocas e eu só fui no sábado, não posso falar do que não vi, não é, não?
Se alguém souber de mais histórias pode colocar aqui nos comentários. Sobre os nomes não citados eu não sou besta de dar margem a processos.
MULHERIO DAS LETRAS
Coletivo literário feminista que reúne escritoras, editoras, ilustradoras, pesquisadoras e livreiras, entre outras mulheres ligadas à cadeia criativa e produtiva do livro, no Brasil e no exterior, a fim de dar visibilidade, questionar e ampliar a participação de mulheres no cenário literário.