É com gratidão que inicio esta coluna no Diário de Vanguarda. Agradeço à editora Edileide Vilaça por me conceder este lugar de fala, um espaço onde pretendo oferecer conteúdo informativo e reflexivo, especialmente na temática dos Direitos Humanos, mas não somente. Para mim, é um privilégio estar em contato com você leitor e leitora deste site.
Os Direitos Humanos nasceram após os horrores da Segunda Guerra Mundial, formalizados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) em 1948, um marco histórico da Organização das Nações Unidas (ONU) que buscava garantir proteção universal a direitos básicos. Inspirada por atrocidades da guerra e pelas atrocidades cometidas contra minorias, essa declaração uniu nações com o compromisso de construir um mundo mais justo, fundado nos princípios de liberdade, igualdade e dignidade.
Pensadores e pesquisadores como Dalmo Dallari, Hannah Arendt e Nazaré Zenaide oferecem perspectivas que elucidam esse conceito e sua importância. Para Dallari, por exemplo, os Direitos Humanos são um conjunto de princípios universais que asseguram dignidade, protegendo todos, independentemente de raça, classe ou nacionalidade. Ele os enxerga como uma linha de defesa dos mais vulneráveis e uma ferramenta de prevenção contra abusos.
Hannah Arendt, filósofa alemã, considera os Direitos Humanos o “direito a ter direitos” e afirma que, sem cidadania, os indivíduos estão reduzidos a uma “vida nua”, desprotegida pelo Estado. Para Arendt, os Direitos Humanos devem transcender fronteiras e ideologias, pois representam a própria essência da dignidade humana.
A pesquisadora Nazaré Zenaide, por sua vez, afirma que Direitos Humanos são, antes de tudo, um compromisso ético com a dignidade. Ela ressalta que esses direitos representam um chamado à valorização de mulheres, negros, indígenas e pobres, e uma defesa contra as violências históricas que esses grupos enfrentam. Em sua visão, Direitos Humanos se traduzem na “humanização da sociedade” e na criação de um ambiente onde o direito à vida digna é universal e não condicionado a cor, origem ou classe social.
Essas ideias reforçam que Direitos Humanos não são uma defesa do crime, mas sim uma defesa intransigente da dignidade humana, da empatia e da justiça. Um compromisso com uma sociedade mais justa e igualitária e onde possamos construir uma cultura de paz e respeito mútuo.
Será que os declamadores do cliché “Direitos Humanos é para defender bandidos” leram ao menos a primeira frase da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”?
Zezé Béchade
Zezé Béchade é jornalista, especialista em Gestão e Políticas Públicas, bacharela em Direito e mestra em Ciências Jurídicas-Direitos Humanos.