O autoconhecimento ou conhecimento de si, é, como a própria expressão sugere, a investigação de si mesmo. A frase “Conhece-te a ti mesmo.”, aforismo grego atribuído a Sócrates, leva-nos à reflexão de que o conhecer a si mesmo envolve o uso da autoconsciência e do desenvolvimento da autoimagem.

A partir do autoolhar, ou do olhar para dentro de si, é possível analisar seus próprios comportamentos, reconhecer seus próprios limites e entender que as decisões a serem tomadas na vida são escolhas. É um chamado para ser protagonista da sua própria vida.

Portanto, o autocuidado está em priorizar a si mesmo amando-se e perdoando-se.

Posso, inclusive, afirmar que o autoconhecimento é, sobretudo, um ato de coragem bastante desafiador, posto que representa uma poderosa habilidade de transformação, de cura e de libertação de sistemas de crenças e padrões que moldam nossa vida e que, quando ignorados ou desconhecidos, tornam-se autosabotadores latentes em nosso dia a dia.

Quando mergulhamos nesse processo, tornamo-nos tão poderosos a ponto de entender que a nossa realidade pode ser modificada a partir do momento em que abrimos espaço ao diálogo interno.

Hoje, testemunhamos uma humanidade programada no modus operandi, isto é, para a sobrevivência, tendo esquecido o verdadeiro propósito do SER, onde, muitas vezes, o “TER” ou o “ESTAR” constroem um pilar de identidade desequilibrada do Ego, o qual traz, em seu conceito, a identidade (EU SOU), o merecimento e a realização como bases.

Portanto, se você não sabe quem é, já perdeu, de saída, o propósito de vida.

Restabelecer o contato consigo mesmo e com sua essência divina, através do autoconhecimento, ajuda a garantir o reequilíbrio das relações intra e interpessoais, bem como possibilita a abertura para as frequências de amor, paz e cura.

O processo do autoconhecimento viabiliza a sua condição de viver nesse mundo assumindo o papel de autor de sua própria obra de arte.

Seja, pois, livre! Abandone o “modo online” e entre no modo “inside of me”.

 

 

 

 

 

 

 

 

Um dia
Perdida, sofrida, após tantos desencontros
Comigo mesma
Confrontos, afrontos
Histórias, memórias
Deparei-me
num lugar vazio,
sombrio,
sem eira nem beira,
já nem tinha tanto sentido,
pois era dentro de mim

Então,
larguei o vestido
para vestir camisas e empunhar bandeiras
Procurando objetivo
em distrações passageiras
Buscando, ardentemente, uma emoção verdadeira,
Coletivo, afetivo,
subjetivo..
muitas vezes excessivo
Algo que me fizesse um sentido
Até que um dia…
… a dor
Ah! A necessária dor!
Puxou-me para dentro
de mim
E, sem nenhum prurido,
silenciou-me
E no calar de todo ruído
E total silêncio
das vozes
Algo em mim foi destruído
Pois deparei-me com meus algozes
Foi um processo assustador
Pois vi dentro de mim
Meus inimigos mais ferozes

Vi minha luz e
minha escuridão
Vi atitudes, vi cólera, vi mansidão
Vi uma criança ferida
Vi momentos de dores
Vi chegada e partida
Vi escolhas mal feitas
Sequelas sabotadoras

Eis a origem do vazio,
o grande estado de negação
Quando me auto conheci,
acolhi com amor a escuridão
Alimentei, com devoção, a luz
Pois luz é iluminação.

Amei a criança ferida
Transmutei memórias doídas
Em perdão e gratidão.

Entendi que o grande vazio
entrou em mim com permissão
Procurava respostas fora,
seguindo a uma programação
Desacreditei que dentro de mim
há o poder da Criação,
que tenho o átomo Divino
Pois não existe acaso ou destino
Que tudo é cocriação

Que tudo é escolha e consequência
E foi pelo autoconhecimento
Que encontrei minha essência
Foi quando minha mente expandiu
E nada mais me iludiu

Hoje me sinto provida
e tudo isso faz parte
Na dor eu olhei para dentro,
e, sem nenhum intento,
fiz do passado um descarte

Tornei-me protagonista
Fiz-me uma grande artista
E entrando na meia idade,
digo com felicidade
que hoje fiz-me autora
de minha própria obra de arte
Minha vida, minha liberdade

Meu processo de autoconhecimento

 

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Diário de Vanguarda.