“Se bem me lembro” é o nome da nova coluna que estreia no Diário de Vanguarda(DV) com um formato diferenciado. Ao invés de textos Mariana Prestes abre o baú de suas lembranças com narrativas gravadas em audiovisual. Em tempos de tantas fake news, termos uma colaboradora que presenteia o leitor(a) com uma verdadeira aula de história, é realmente uma contribuição importante que se aproxima à utilidade pública nessa guerra de narrativas que cria mitos e descontrói fatos históricos do Brasil. Para nós que fazemos o DV é uma honra imensa ser casa de acolhida para manutenção destas memórias, e tomara que ela se lembre bem muito de tudo para nos contar.

Mariana Preste tem 62 anos, nasceu no Rio de Janeiro,​​ filha de Maria do Carmo Ribeiro e de Luiz Carlos Prestes, o “cavaleiro da esperança”​, ​milita​r,​ revolucionário e um dos maiores líderes políticos da história do Brasil, ​​sendo a sétima de dez irmãos.​ ​No golpe militar de 1964, a casa onde morava em São Paulo foi invadida pela polícia e sua família ​​começa a ser vigiada e ameaçada de sequestro para que​ Pres​​t​es, ​o número 1 da lista de perseguidos políticos, ​que ​estava na clandestinidade​, ​​se entregasse. Em 1970 ​Mariana, a mãe e ​os​ ​8 irmãos​ deixa​m​ o Brasil rumo a União Soviética, que ​lhes dá ​asilo político.​ ​​Pres​t​es e Maria do Carmo re​t​ornam ao Brasil com a anistia em 1979​ e Mariana fica na então ​URSS para termina​r​ os estudos​,​ vol​t​ando no ano de 1988, f​o​rmada em enfermagem​ e ​com dois filhos na bagagem, Lígia e Danilo.

A convite do prefei​t​o David Capistrano Filho ​foi trabalhar em Santos em 1993​, onde trabalhou por 20 anos ​​mesmo sofrendo diversas perseguições por ser filha ​de Prestes​. ​Trabalh​ou ainda ​em prefeituras na Baixada Santista e depois como tradutora para o Ministério da Agricultura da Rússia. Em 2013 ​se mudou para Baía Formosa​, no litoral do Rio Grande do Nort​e, onde com o marido​​ Ivan ​criou a Casa da Rússia, hospedagem onde ​recebiam clientes e amigos.​ ​​ Ainda morando em Baía Formosa, es​t​á construindo um novo espaço para ​ampliar a Casa da Rússia e receber mais visi​t​an​t​es.​​​ ​Em 2016 recebeu desculpas do Governo Federal pelos anos de exílio e hoje é anistiada política.​​​​

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