Um relatório produzido pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) mostrou que o Morro do Careca, em Ponta Negra, possui alto risco de deslizamento de areia da duna, tombamento de blocos que compõem as falésias e quedas/rolamentos de blocos rochosos formado de material sedimentar cimentado.
O SGB é um órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia. Entre os dias 7 e 10 de agosto, dois profissionais estiveram em Natal avaliando a área do morro. Após o levantamento, os geólogos afirmaram que fica evidente que os frequentadores da praia estão expostos a riscos.
Apesar da situação estar caracterizada como muito alto risco nos três casos potenciais, o alcance do material está restrito às áreas próximas da base do morro, o que facilita nas medidas de prevenção de possíveis acidentes geológicos, segundo o documento.
O recuo da falésia, provocado pela erosão constante da variação da maré no local, está ocorrendo de forma acentuada, de acordo com os pesquisadores. Esta ação faz com que um grande volume de sedimentos arenosos, que formam a duna sobrejacente à falésia, deslize até a base da encosta.
“Como observado durante as atividades de campo, todos os dias um grande volume de sedimentos que deslizam da duna são carreados pelo mar durante a maré alta”, dizem os estudiosos.
Recomendações
Quatro recomendações foram deixadas pelos geólogos Ivan Bispo de Oliveira e Filipe de Brito Fratte, pesquisadores em geociências do SGB. A principal delas é que a área em frente à duna do Morro do Careca, no nível da praia, permaneça isolada e, se possível, ampliada até a linha vermelha (como mostra a imagem acima). A medida evitaria que os frequentadores da praia, ao menos até a conclusão do projeto de engorda da praia, circulem pelo local.
“Cabe ressaltar que o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) não obteve acesso ao projeto de ‘engorda’ da praia com material poroso, logo não pode afirmar se a intervenção será a solução para minimizar ou mesmo cessar a erosão na base do Morro do Careca/Falésia”, afirma o documento.
Outras ações para evitar novos prejuízos ao morro incluem a manutenção do acesso ao topo da duna restrito somente a técnicos e pesquisadores, e a instalação de mais placas informativas sobre os riscos geológicos existentes no local.
Os levantamentos de campo tiveram o acompanhamento de técnicos do Idema (Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN), Semurb (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo) e da Guarda Civil, além de um representante da Aeronáutica.
A área de estudos limitou-se entre o final da Praia de Ponta Negra, na região do Morro do Careca, contornando pela Praia de Alagamar e retornando pelo norte da Praia da Barreira do Inferno, por trás da duna que forma o Morro do Careca.