Areia, carrancuda e sorridente, nutre o ranço machista e o desprezo pelas mulheres. Muito mais nutrem, a pequena e a alta burguesia, além de uma boa parte dos pobres de direita, um certo ódio perseguidor contra mulheres de esquerda. Não suportam as mulheres pensantes e atuantes na defesa da causa trabalhadora, da cultura, da causa ambiental, dos direitos humanos. Detestam quando uma mulher de coragem cobra, sem negociar migalhas, que se cumpram os caminhos democráticos. As mulheres de esquerda, mães e esposas, sofrem todo tipo de escárnio.
No seio dessa sociedade de machos brutos e brutais, a política areense é uma imensa tacha de mel fervente onde os caciques e os coronéis sonham em mergulhar as mulheres que pensam, as mulheres libertas, as mulheres que fazem, as mulheres que ousam. A professora TaysMelo, durante todo o ano eleitoral de 2024, sentiu a culminância desses ataques. Mas não arredou o pé. Assumiu sua candidatura à vereadora pelo PT, vestiu sua camiseta vermelha e peitou os borra-botas do coronelismo, tanto da direita como daqueles que se utilizam do nome do Presidente Lula, mas abominam as mulheres petistas.
Fui testemunha dos ataques, do boicote, do desrespeito sofridos por ela dentro do próprio grupo pelo qual concorria. Foram feitas apostas: diziam que ela não teria sequer 30 votos. Jogaram dinheiro para que seus aliados a deixassem sozinha. Minaram suas bases, fizeram fofoca, desdenharam da única mulher verdadeiramente de esquerda no pleito. E a professora atravessou, com dor, o desafio. Não comprou votos, não traiu seu grupo. No início de 2025 prova, porque as circunstâncias mostram, que sua dignidade a consolidou como liderança fundamental na cidade.
Tays Melo é a nova PESIDENTA do Partido dos Trabalhadores em Areia. Mulher que cresceu nas terras da Mata do Pau Ferro, que trilhou a estrada vermelha do SítioTapuio, que subiu à cidade e fez-se gente na periferia do Bairro do Mutirão, que estudou com afinco no Grupo Escolar Carlota Barreira, que graduou-se em História na UFCG, que foi professora no Colégio Inês Soares, ativista cultural, escritora e acima de tudo mãe e companheira inseparável. E não é só: nunca ficou em cima do muro e destinou-se a apoiar Cida Ramos para PRESIDENTA do Partido em nível estadual. Ambas vitoriosas. Os machos escravagistas não se sustentam nas calças rotas.