Deltan Dallagnol perdeu o seu mandato de deputado federal Imagem: Marcelo Frazão / Agência Brasil

Inicialmente, o TRE-PR anunciou que havia recontado os votos e que o ‘substituto’ do ex-procurador seria Pastor Itamar Paim (PL)

O Supremo Tribunal Federal formou maioria para referendar a decisão do ministro Dias Toffoli de determinar que o ex-deputado federal Luiz Carlos Hauly assuma a vaga aberta na Câmara com a cassação do ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol.

Os ministros André Mendonça, Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Luis Roberto Barroso seguiram o voto de Toffoli, o relator do caso, e entenderam que a cadeira deveria ficar com o Podemos, partido pelo qual Deltan se elegeu.

O ministro Edson Fachin divergiu e Luiz Fux o acompanhou. A ministra Rosa Weber também discordou do entendimento de Dias Toffoli. Os demais ministros deverão votar até as 23h59 desta sexta-feira (9/6). O julgamento ocorre no plenário virtual.

Entenda

Após a cassação do ex-procurador pelo TSE, em maio, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) havia decidido que a vaga deveria ir para o Pastor Itamar (PL-PR).

A Corte Eleitoral estadual alegou que, embora integre o mesmo partido do deputado cassado e seja o primeiro suplente, Hauly não obteve o percentual mínimo do coeficiente eleitoral. Em 2022, o ex-deputado teve apenas 11,9 mil votos, abaixo dos cerca de 20 mil votos exigidos.

O Podemos, então, recorreu ao STF contra a decisão, e o pedido foi acatado por Toffoli na última quarta-feira (7/6). Na liminar (decisão temporária), o ministro do Supremo argumenta que, para definição de suplentes, não é necessário atingir o coeficiente eleitoral.

O magistrado mandou suspender a posse do Pastor Itamar Paim e autorizar a “imediata diplomação” de Hauly na vaga de Dallagnol.

Em seu voto divergente, Fachin não referendou a liminar de Toffoli por considerar que a decisão do TRE-PR foi correta, pois o segundo colocado do Podemos não obteve votação nominal correspondente a 10% do quociente eleitoral.

Hauly exerceu sete mandatos como deputado federal, cinco deles pelo PSDB. Entusiasta da reforma tributária, o político já foi relator dessa matéria e apoia o texto do Grupo de Trabalho. Caso venha a ocupar cargo eletivo na Câmara dos Deputados novamente, será voto garantido nas contas do governo.

 



Por DV Com informações Metropoles