- sexta, 05 de dezembro de 2025
BANANEIRAS

Depois de 16 anos no RN, Fest Bossa & Jazz estreia em PB


Após 16 anos de história em terras potiguares, passando por cidades como Natal, Pipa, Mossoró e São Miguel do Gostoso, o Fest Bossa & Jazz estreia em novo território: a Paraíba. A primeira edição no estado será realizada em Bananeiras, no Brejo paraibano, entre os dias 20 e 22 de novembro, com 18 shows gratuitos de artistas locais, nacionais e internacionais.

A mudança representa uma nova fase para um dos festivais mais tradicionais do calendário cultural do Nordeste. A expectativa é de público flutuante de 20 mil pessoas durante os três dias, atraindo visitantes de capitais próximas como João Pessoa, Natal e Recife, além de movimentar a economia local.

Um convite antigo

De acordo com a produtora cultural e idealizadora do festival, Juçara Figueiredo, o interesse da Paraíba no evento não é de agora. “Grande parte do nosso público em Pipa vem da Paraíba e já havíamos sido procurados diversas vezes para realizar o festival por lá. O que inviabilizava era a ausência de uma lei de incentivo estadual. Com a criação do ICMS Cultural, surgiu a possibilidade e fomos novamente procurados pela secretária de Turismo de Bananeiras, Karina Leon Amando, e pelo empresário Jorge Amado. A partir daí começamos a traçar a estratégia para levar o festival para uma cidade charmosa, com todos os ingredientes para uma bela edição”, contou.

Criado em 2010, o Fest Bossa & Jazz nasceu em Natal, na Via Costeira, mas encontrou em Pipa o cenário ideal para se consolidar, a partir de 2012. Nos anos seguintes, percorreu outras cidades potiguares em diferentes circuitos. No entanto, manter o evento gratuito ao público sempre foi um grande desafio.

“O festival é gratuito para quem assiste, mas não para quem realiza. Não temos voluntariado: toda a equipe técnica, de produção, audiovisual e os músicos recebem cachê. Além disso, estruturas de som, luz e telões têm custo. Sem apoio e patrocínio, fica inviável manter um evento dessa dimensão”, explicou Juçara.

A produtora lembra que, em experiências anteriores, como em São Miguel do Gostoso e Mossoró, a falta de recursos foi decisiva. “Alguém precisa pagar a conta. Sem incentivos ou parcerias sólidas, não é possível sustentar um festival desse porte”, afirmou.

Na Paraíba, o festival foi contemplado pelo ICMS Cultural – Ações Continuadas, mas um corte de 55% no orçamento ameaçou a realização. A saída veio de uma articulação direta com a gestão municipal. “Depois da publicação no Diário Oficial, acreditávamos que estava tudo certo. Mas com o corte, o evento ficou inviabilizado. Foi quando conversei com o prefeito, que topou ser parceiro, e assim a prefeitura decidiu realizar junto com a Juçara Figueiredo Produções. Dessa forma conseguimos viabilizar a edição”, explicou.

De acordo com a produção, a Prefeitura de Bananeiras terá papel essencial para garantir o padrão de qualidade do evento, especialmente em infraestrutura, organização urbana e na viabilização da programação diferenciada.

Além das atrações nacionais e internacionais, a edição terá espaço para músicos da Paraíba. “Nossa prioridade é prestigiar os artistas do estado. No site do festival há um espaço para envio de material, que é avaliado respeitando a proposta do evento. Além disso, sempre incentivamos músicos a convidarem outros, para dar visibilidade a um número maior de artistas”, destacou Juçara.

Os interessados podem se inscrever pelo link: www.festbossajazz.com.br/curadoria.

Expansão estratégica

A escolha de Bananeiras também se explica pela localização privilegiada. “Está a 130 km de Pipa, 150 km de Natal, 136 km de João Pessoa e 70 km de Campina Grande, ou seja, próximo de tudo. Gostoso continua no nosso radar, com outro festival programado, o Circuito Food & Jazz, aguardando apenas liberação da FJA para ser anunciado”, adiantou.

Com 16 anos de estrada, o Fest Bossa & Jazz chega à Paraíba consolidado, mas sem perder a capacidade de se reinventar. Para Juçara, essa é a chave para seguir em frente: “Todos os anos enfrento novos desafios e é isso que me mantém viva e voraz. Estou envelhecendo, mas isso só conta a meu favor: experiência. Desde que meu cérebro não pare, estarei pronta para continuar”, finaliza.



Por Com informações - https://saibamais.jor.br/

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