Fãs, artistas e público do Oficina estão agora no teatro, no Bixiga, para o início do Rito de Transmutação, à espera do corpo de Zé Celso Martinez Corrêa. Seu velório durará toda a madrugada até 9h da manhã, com muita festa e teatro à maneira que ele esperava.

Evoé!

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Cerca de 200 pessoas, entre atores, músicos, colegas e fãs de Zé Celso Martinez estão, na noite desta quinta-feira, no Teatro Oficina aguardando a chegada do corpo do diretor para uma grande celebração da “vida”, como traduziu o que será a noite seu marido, o ator e diretor Marcelo Drummond, que é abraçado por todos. Músicos cantam algumas das canções favoritas de Zé, como “Dindi”, “Nanã” e “Wave”.

Às 22h, depois de limparem o chão do Oficina, atores e público cantaram em coro “Carinhoso” e “Eu sei que vou te amar”, acompanhados de piano. Entre as músicas todos gritaram por vários minutos “Viva! Viva! Viva!” e “ Zé Celso presente!”. A limpeza foi uma preparação para a chegada do corpo de Zé Celso. A previsão é de ele seja velado no Oficina a partir das 23h.

Músicos cantam canções preferidas de Zé Celso
Músicos cantam canções preferidas de Zé Celso

— Não há um roteiro para o que vai acontecer aqui hoje, mas temos um repertório imenso, cada vez chegam mais atores e músicos, será uma celebração à vida — disse — Drummond, acrescentando que esta noite o Oficina fará uma festa para Zé Celso. — Vamos fazer hoje o que ele nos ensinou. E, para quem não puder vir e for acompanhar de casa, digo que está sendo muito, muito difícil, mas a gente está vivo. Vivam! Com vontade, com intensidade, de todas as maneiras que considerarem bela. Vivam!

Teatro Oficina ficou lotado para velório de Zé Celso — Foto: Edilson Dantas

Teatro Oficina ficou lotado para velório de Zé Celso — Foto: Edilson Dantas

Enquanto aguardam a chegada do corpo de Zé Celso, as centenas de pessoas que vieram homenagear o diretor no Teatro Oficina entoaram algumas de suas músicas favoritas tocadas por músicos que se apresentaram em muitos espetáculos do Uzyna Uzona. Foi especialmente emocionante o coro em “O amor”, de Caetano Veloso, imortalizada por Gal Costa. Quando cantaram o verso que pede “ressuscita-me” o fizeram com razão de ser e emoção de sobra.

O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT) compareceu ao velório pouco após as 22h e discursou em homenagem ao dramaturgo. Mencionou a disputa entre Zé Celso e o empresário Silvio Santos, dono do SBT, em torno do uso do terreno ao lado do teatro.

— Senti no fundo do coração, da alma. Ele era mais do que meu amigo, era meu irmão — declarou o político, que foi muito aplaudido. — Em agosto, precisamos aprovar o projeto de lei que cria o parque aqui ao lado. Precisamos fazer isso em homenagem a Zé. Faço um apelo ao Silvio para que não crie nenhum obstáculo. Estou conversando com os vereadores. Vai ser muito especial. Peço com carinho ao Silvio que abrace essa causa.

Homenagens a Zé Celso tiveram choro, música e histórias do dramaturgo 

Um telão foi instalado do lado fora, na Rua Jaceguai, para as pessoas que estão na rua acompanharem. E no prédio, projeções de imagens de Zé com frases como “Zé Celso Presente”, “Evoé Zé” e “Zé Celso Vou Pro Infinito”.

As portas do Oficina, no Bixiga, na região central de São Paulo, estão abertas e assim ficarão a noite toda. O teatro ficará aberto até as 9h. Entre 9h e 11h, só familiares e amigos poderão ficar no local. Às 11h, o corpo será cremado em local ainda não divulgado.

Veja fotos do velório de Zé Celso, fundador do Teatro Oficina, morto aos 86 anos



Por imagens : Mídia Ninja / com informações do Globo