A Câmara Municipal de João Pessoa sediará, no dia 28 de novembro, às 9h30, uma sessão especial promovida pela Federação Israelita da Paraíba (FIPB) em homenagem às vítimas do antissemitismo e do terrorismo. A atividade cumpre a Lei Municipal nº 15.256/2024 e pretende ampliar o diálogo sobre liberdade religiosa, direitos humanos e convivência pacífica. A sessão é aberta ao público.
A programação inclui abertura solene, minuto de silêncio pelas vítimas, palestra “O Antissemitismo Hoje”, ministrada pela StandWithUs Brasil, além da entrega de homenagens a parceiros que atuam em defesa da comunidade judaica. Também haverá exposição breve, coffee break e o lançamento do Dossiê de Direitos da Comunidade Judaica da Paraíba, disponibilizado por meio de QR Code.
Segundo a Federação Israelita da Paraíba, o encontro busca promover reflexão sobre o avanço do antissemitismo em diferentes regiões do mundo e reforçar o compromisso do estado com o respeito e a proteção à liberdade religiosa. A instituição destaca que a iniciativa pretende unir representantes da sociedade civil, autoridades e cidadãos em torno de uma pauta voltada à memória e à justiça.
Antissemitismo é qualquer forma de preconceito, discriminação, hostilidade ou violência dirigida contra pessoas judias, sejam elas praticantes da religião judaica ou identificadas como parte do povo judeu por motivos étnicos, culturais ou históricos.
É importante lembrar que o antissemitismo não é apenas intolerância religiosa. Ele inclui também aspectos raciais, culturais e políticos, porque os judeus, ao longo da história, foram perseguidos por diferentes motivos, desde crenças religiosas até teorias raciais pseudocientíficas.
Hoje, o antissemitismo é reconhecido internacionalmente como uma violação de direitos humanos e um grave risco à convivência democrática, sendo combatido por legislações, instituições educacionais e organismos de direitos humanos em diversos países.
A perseguição aos judeus — e também a seus descendentes — não tem uma única causa, mas um conjunto de fatores históricos, culturais, religiosos, políticos e sociais que se combinaram ao longo de mais de dois mil anos. É um fenômeno complexo, que não nasce de um fato real, mas de preconceitos, mitos e teorias falsas que se repetiram por séculos.
No século XIX e início do século XX, surgiram teorias raciais falsas que classificavam povos e etnias como “superiores” ou “inferiores”. O nazismo se apropriou dessas ideias para justificar o extermínio de 6 milhões de judeus no Holocausto.
Movimentos que defendem que um país só pertence a um “povo puro” ou a uma “raça” frequentemente hostilizam minorias. Judeus, por conservarem tradição e identidade próprias, se tornam alvo.
Enfim, os judeus e seus descendentes são alvo porque carregam uma história de identidade forte, e essa diferença foi usada, ao longo da história, como justificativa para a intolerância. O antissemitismo não tem base racional, ele nasce do medo do diferente, de ideologias extremistas, de preconceitos antigos e de manipulações políticas.