Segundo pesquisa da Inteligência  Consultoria Estratégica(IPEC), realizada com 6.775 pessoas das escolas públicas municipais e estaduais no Brasil, já neste ano de 2023 aponta que cerca de 71% dos trabalhadores e trabalhadoras à frente das salas de aula estão estressados pela sobrecarga de trabalho. E não bastasse as salas superlotadas, a falta de estrutura para exercer a profissão e os desafios inerentes a ela, a pressão que a extrema-direita impôs ao trabalho de professores e professoras, com a perseguição ideológica, fez com que a atuação dos 2,2 milhões de profissionais responsáveis por lecionar na educação básica no país se tornasse ainda mais difícil.

A realidade difícil da profissão tem trazido adoecimento aos professores e professoras. Em outras pesquisas da Nova Escola e do Instituto Ame Sua Mente, de 2022, apontaram que 21,5% dos educadores e educadoras consideram a saúde mental ruim ou muito ruim. Uma situação que piorou em relação a 2021, quando o índice era de 13,7%. A situação ganha contornos ainda piores com a sensação de medo, acrescida à realidade das escolas a partir de ataques e ameaças ocorridas nos últimos anos.

As dificuldades para quem comanda as salas de aula no Brasil ajudam a explicar a preocupante perspectiva de um apagão na educação. Estudo do Instituto Semesp indicou que o envelhecimento dos professores e professoras, cuja média de idade é acima dos 50 anos, subiu 109% entre 2009 e 2021. No mesmo período, houve a queda de 42,2% no número de docentes de até 24 anos em início de carreira. Caso essa tendência continue, o Brasil pode ter um déficit de 235 mil profissionais em todas as etapas da educação básica até 2040.

Conforme apontou o levantamento do Instituto, 29,54% dos professores e professoras identificam a falta de infraestrutura e de recursos como o maior desafio na rede pública. Além das questões estruturais e das condições de trabalho, para os profissionais há ainda um aspecto social do desrespeito que precisa ser discutido. Para a maioria dos pesquisados, de seis, sete anos para cá, as discussões extremistas colocaram os professores no alvo e essa é uma das razões de estarem adoecendo. A profissão está menos atrativa. A responsabilidade para reverter esse cenário é de toda a sociedade, desde o Estado, até as famílias e eles mesmos, precisam estar comprometidos com a responsabilidade sobre a formação das crianças e jovens.

Fonte>www.cnte.org.br