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Mais de 21 milhões de pessoas no Brasil não têm garantia de ter um prato de comida todos os dias. O último levantamento da ONU mostra que houve um aumento dessa situação no País nos últimos três anos.

Os números das Nações Unidas mostram que gente no mundo inteiro enfrenta a realidade de não ter comida todos os dias na mesa. A pesquisa faz uma média do que aconteceu durante três anos – e o problema aumentou.

São quase 900 milhões de habitantes do planeta – 11,3% da população mundial – que enfrentaram a insegurança alimentar grave. Um nome técnico para explicar que em algum momento do ano, as pessoas ficam sem comida, passam fome. E isso pode acontecer por um dia ou mais.

No Brasil, a ONU diz que 70,3 milhões de brasileiros tiveram alguma dificuldade para se alimentar. 21 milhões enfrentaram a insegurança alimentar grave, passaram fome – quase 6 milhões a mais do que na última pesquisa. Entre 2014 e 2016 eram menos de 4 milhões nessa situação.

“O mundo continua a produzir alimentos suficientes para alimentar toda a população mundial, mas as pessoas não têm acesso a esses alimentos porque elas não têm recursos financeiros, não têm dinheiro para comprar esses alimentos”, explica Daniel Balaban, diretor do Programa Mundial de Alimentos da ONU no Brasil.

Água e esgoto

Segundo os dados mais atualizados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento, que são de 2021, 84% dos brasileiros têm cobertura de água e apenas 56% estão ligados à rede de esgoto.

Na prática, isso significa que 33 milhões de pessoas vivem sem acesso à água tratada e 93 milhões não têm acesso à coleta de esgoto, o que causa centenas de hospitalizações por doenças, além de efeitos econômicos, educacionais e sociais.

Conforme o estudo, nos últimos cinco anos, a média anual de investimento no setor de saneamento básico foi de R$ 20 bilhões. Em 2021, por exemplo, que é o dado mais atual, o País investiu R$ 17,3 bilhões no setor. Para conseguir universalizar água e esgoto para todos os brasileiros, esse valor precisaria ser de R$ 44,8 bilhões por ano. Ou seja, o País precisa mais do que dobrar seus investimentos para conseguir cumprir a meta de universalização até 2033.



Por Imprensa Nacional