O domingo deveria ser o dia sempre de leveza. Da gente acordar e só receber notícias boas. Mas nem sempre é assim. Muitas notícias que jamais gostaria de receber chegaram no amanhecer desse dia que tem até canção. Foi assim quando minha mãe partiu. Hoje, 16 de novembro de 2025, se repetiu. Acordei, e a primeira notícia foi que minha querida amiga Fernanda Svendsen também fez a viagem para o céu. Do mesmo motivo que foi minha mãe, meu pai, vários amigos, um ex grande amor. Daquele tipo rápido, feroz, que não dá tempo nem de muitas lutas e nem sequer de se despedir.
Eu odeio essa doença. Sou indignada, revoltada. Por que não entregam a cura? Vivem preocupados em quem desenvolve a IA mais potente para substituir e destruir a capacidade humana. Mas não já estamos sendo aniquilados por uma infeliz doença? Ou esses “poderosos das trevas” acham que só chega em gente de luz, gente que sonha, gente que contempla a arte, gente que sorri, gente que diz coisas bonitas pros amigos, gente que acolhe no abraço, gente que sorri com amor? Quando falo dessa gente simpática e elegante é dela, de Fernanda Svendsen, que tô pensando neste instante. É dela, que nunca deixamos de trocar carinhos de amizade verdadeira mesmo sem estar trabalhando ou convivendo juntas diariamente.
Trabalhei por uns 10 anos perto dela, na Fundação de Cultura de João Pessoa, SAMAP no Casarão 34, exposições e Centros em Cena, do tempo também de João Balula. Era uma pessoa que eu gostava de conversar, e mesmo depois, Fernanda nunca deixou de acenar e falar algo bom em todas as fases da minha vida. Eu poderia estar lá no Planalto Central, ela dava um jeito de manter nossa conexão. Com ela não tinha “fogo amigo”, relação tóxica no trabalho. Com Fernanda só tinha arte, alegria, harmonia, amor e aquele sorriso lindo.
Caracas, que angústia nesse domingo. Às vezes tenho medo do que vou saber nas manhãs de domingo. Estou triste. Com vontade de chorar. Choro!
Adeus, minha amiga.
Força, querido Fred, e sua filha.
Te amo!