Maktub significa: “estava escrito” — ou melhor, “tinha que acontecer”.

Assumi a coordenação e me tornei a voz da Rádio Câmara FM de João Pessoa em fevereiro de 2020, a convite da minha amiga Cláudia Carvalho.

A emissora era recém-fundada, ainda uma criança pouco conhecida. De lá pra cá, procuro fazer o meu melhor e conquistar um nicho de ouvintes que gostam de boa música e entrevistas que fortalecem os artistas e a Parahyba.

Acima de tudo, busco o fortalecimento da cidadania, porque é assim que deve ser uma rádio pública.

Já recebi convite para ser Secretária de Comunicação de uma cidade paraibana. Já deixei de assumir espaço em empresa privada.

Por quê? Porque eu amo trabalhar na Rádio Câmara.

Tenho um companheiro de estúdio que é o melhor editor e operador de áudio que já tive: Alessandro Leite.

Peguei duas gestões de Comunicação — com Cláudia e Suetoni Souto Maior — e uma diretora-geral incrível, Cida Albuquerque — que sempre me apoiaram nas defesas e lutas pela melhoria da tímida e pacata 88.7 FM.

E não é que agora ela deu para ser lembrada até nas pesquisas do Ibope?

Mas também não posso esquecer que um dia me disse uma sábia voz:

“Minha filha, a zona de conforto é ninguém lembrar que você existe.”

Mas eu insisto em lembrar sempre desta frase de Caetano, que me atravessa:

“Gente nasceu pra brilhar, não pra morrer de fome. Porque o brilho de alguém não é vaidade. É potência. É presença.”

Deus quis assim. Maktub — estava escrito.

A professora Norma Meirelles, da UFPB, recebeu a missão de colaborar escrevendo um capítulo do livro — que em breve será lançado — sobre a história da Rede Legislativa de Rádio no Brasil.

Daí, me entrevistou por umas duas horas.

Meses depois, a editora-chefe Verônica Lima, da Rádio Câmara em Brasília, solicitou fotos nossas no estúdio. Pouco tempo depois, Verônica me liga e diz:

“Dentro das homenagens pelos 90 anos da Voz do Brasil, escolhemos cinco rádios da Rede Legislativa — uma em cada região — e queremos fazer uma das edições especiais em João Pessoa, a edição Nordeste, com a participação da voz da rádio de João Pessoa.”

Quase caí pra trás!

“Você está falando de mim? Da minha voz? Na Voz do Brasil?”

Ela até se surpreendeu com minha emoção e alegria, e respondeu:

“Isso mesmo, você. Pode dizer e divulgar: você vai apresentar A Voz do Brasil pela Câmara Federal.”

Pois é, minhas amigas e meus amigos — da imprensa, da cultura, da família e da vida — que espontaneamente estão divulgando esse meu momento, publicando em seus sites, enviando mensagens, ligando, vibrando, sentindo-se representados e orgulhosos por ter uma voz com sotaque paraibano na Voz do Brasil.

Meu muito obrigada, do fundo do coração, por tanto carinho e respeito — de cada um, dos portais de notícias, das rádios do estado e dos amigos que escreveram em grupos de WhatsApp, como o teatrólogo Tarcísio Pereira (print na imagem).

Tinha que ser assim.

Eu tinha, sim, que estar neste momento histórico — para o rádio brasileiro, para a Rádio Câmara de João Pessoa e para mim.

São mais de 30 anos dedicados à comunicação social, mas o rádio é, e sempre será, a minha grande paixão — desde criança, lá em Cajazeiras. 🎙️❤️

*Dedico essa coluna para minha mãe(in-memória).

”Ainda estou aqui”, mãezinha.