Para começar, vamos trazer uma série de vídeos extraídos do Conversa de Botequim e, gentilmente, cedidos ao Diário de Vanguarda pelo Jornalista Cefas Carvalho, gravado em 14 de abril de 2023, no Bardallos Comida & Arte em Natal-RN.  Decupagem e resumo em textos: Antonia Souza.  Edição: Edileide Vilaça.

Mariana começa contando um pouco da sua trajetória e dos percalços que aconteceram na vida da família Prestes. Fala da infância , que nasceu em 1961 no Rio de Janeiro, mas a família se mudou para São Paulo e lá viveu até 1964 quando aconteceu o golpe militar. A casa onde morava em São Paulo foi invadida pela polícia e sua família começa a ser vigiada e ameaçada de sequestro para que Prestes, o número 1 da lista de perseguidos políticos, que estava na clandestinidade, se entregasse.

 

 

Mariana tinha três anos, e tem algumas lembranças da casa da família sendo invadida pelos policiais, onde levaram tudo que tinha dentro, desde móveis, roupas e objetos e ela presenciou tudo junto com seus sete irmãos, pois sua mãe estava grávida de seu irmão caçula que veio nascer no mês de julho de 64.
No dia do golpe, além de levarem tudo da casa, ainda picharam toda, por se tratar de uma casa de comunista. Ela conta que o seu pai Luiz Calos Prestes, teve que se esconder, porque já pressentia que iria ocorrer aquele golpe. Se escondeu, os companheiros o levaram para a clandestinidade. Neste interim, o irmão dela nasceu, o pai não apareceu pra reconhecer e o menino foi registrado como filho de mãe solteira. É o único irmão dela que não leva o nome de Luiz Carlos Prestes no registro.

 

Fala com orgulho da mãe dela, que depois conseguiu reunir todos os filhos e independente da situação que era crítica, tinha o discernimento de educar os filhos seguindo as regras da clandestinidade. Todo mundo falava do pai, do seu papel, mas ele tinha uma companheira do lado dele. Falou da gratidão pelos companheiros que ajudaram muito na criação dela e dos irmãos, porque senão fosse assim ela não estaria viva hoje contando a história. E que a honra maior é ser filha dos dois, de Maria e de Carlos Prestes.

 

Falou do processo do Exílio, onde 1968 , a situação no Brasil se agravou , sendo vigiados, infância com turbulência e veio o AI 5 e a mãe, junto com ela e com seus os oito irmãos tiveram que deixar o Brasil rumo a União Soviética onde receberam asilo político.

 

Na verdade eles viajaram em junho de 1970, durante a Copa do Mundo de Futebol, momento oportuno para viajar sem chamar muito atenção. Aterrissaram na Itália e posteriormente chegaram a Moscou. Alí começava um longo período de exílio.

 

 

…se me lembrar, seguirei por aqui para contar. Até a próxima!