Antes de qualquer coisa, um esclarecimento: não sou dono da verdade nem finjo o ser. O que você, leitor, verá aqui é uma crítica construtiva a forma (muitas vezes arbitrária) com a qual o recurso da coletividade é destinado e os resultados insatisfatórios que isso gera.
Falar sobre gestão, política ou governança é caminhar sob a suspeita de motivos ocultos em promover alguma determinada opinião politica, ainda mais no contexto atual do Brasil, repleto de divisão, brigas e artimanhas.
Garanto: não é o caso.
Faço aqui uma crítica e uma sugestão de caminho para que os políticos, independente de partido, ideologia, etnia ou religião, possam prezar por princípios basilares da administração pública, como eficiência e moralidade.
Utópico, eu sei.
O Erro
Bom, é fato que o objetivo de qualquer gestão (estadual ou governamental) pode resumir sua atuação em dois eixos principais que explicam ou justificam a existência dos demais:
Eixo Social: políticas públicas destinadas à erradicação da pobreza, fome, falta de moradia e, em geral, da ratificação prática daquilo que está presente na Declaração dos Direitos Humanos da ONU.
Eixo Econômico: políticas públicas destinadas à geração de emprego e renda, aumento da empregabilidade, melhora da competitividade do mercado interno etc.
O curioso é que, uma análise passional dos eixos acima pode muito bem apontar que tratam-se de duas plataformas excludentes entre si, representando polos ideológicos diferentes e contraditórios que não podem coexistir. E é aí que está o erro.
Desenvolvimento social sem melhora da situação econômica pode até elevar o padrão de vida das pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade (temporariamente), mas sem um investimento prolongado na alteração dessa realidade, como na educação, a falta de crescimento da economia gerará estagnação, seguida o “empobrecimento do coletivo” e perda de competitividade no exterior.
Crescimento econômico sem melhora das condições sociais gera concentração de riqueza em um pequeno grupo, enfraquecimento do mercado consumidor e fragilização do potencial econômico de longo prazo (menos pessoas com dinheiro = menos formas de gerar mais dinheiro decorrente).
Veja, não dá pra antagonizar um caminho de desenvolvimento em detrimento do outro. Políticas públicas que não equilibram aspectos sociais e econômicos estão fadados a melhoras certas métricas e piorar outras. É uma gangorra sem fim.
A Solução
Em algum momento o debate ideológica de “esquerda x direita”, por mais aquecido e capaz de gerar entretenimento que seja, se perdeu na pergunta que muitas vezes é tudo que uma política pública precisa responder:
“Como melhorar a vida do maior número de pessoas possíveis sem onerar em excesso aos cofres públicos?”
Existe uma lógica belicosa tão predominante dentre os representantes políticos atuais que falar de fazer o “bem” em prol do coletivo pode parecer ingênuo, mas é apenas o lógico nesse momento. O “eficiente” é deixar o teatro de lado e trabalhar pela população, sem segundas intenções. Sem corrupção financeira ou moral.
Existem agendas que dialogam com todos os campos do espectro político e fundamentam a própria existência dos órgãos de representação (Melhoria do IDEB e da taxa de escolaridade, investimento em infraestrutura, diminuição da carga tributária, etc).
O apelo e a reflexão que deixo: muitas vezes focamos nossa atenção em pautas que geram muitos “clicks” e polêmicas, mas ignoramos propostas benéficas para todos, que na sua simplicidade são exatamente o que o nosso país, estado ou cidade precisam.
A quem interessa essa estagnação dos órgãos públicos?
Luiz Antônio Almeida
Consultor Estratégico da TGT Resultados | Escritor | Formado em Direito e Pós-Graduado em Direito Público | Trabalho com eleições desde 2018.