Cena do filme 'O Agente Secreto', do diretor Kleber Mendonça, estrelado por Wagner Moura Divulgação/Victor Jucá

Na última segunda-feira, 15 de setembro de 2025, foi anunciado que O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho, será o filme brasileiro a disputar uma vaga para o Oscar 2026 na categoria Melhor Filme Internacional. A decisão foi tomada pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais (ABCAA), após uma intensa disputa entre seis finalistas.

O filme

Título: O Agente Secreto

Diretor: Kleber Mendonça Filho

Elenco principal: Wagner Moura, Alice Carvalho, Tânia Maria, Carlos Francisco, Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, entre outros.

Enredo e ambientação

O longa se passa em 1977, durante o regime militar brasileiro, e gira em torno de Marcelo (interpretado por Wagner Moura), um professor especializado em tecnologia que retorna a Recife fugindo de segredos e do passado violento em São Paulo. Ele se envolve com conspirações, espionagem e dilemas morais relacionados à memória, vigilância estatal e identidade pessoal.

A trama mistura suspense político com reflexões históricas, explorando como indivíduos resistem às forças autoritárias e como o passado de um país permanece vivo nas cicatrizes coletivas.

Reconhecimento internacional

O filme já chega à corrida do Oscar com credenciais fortes:

Estreou mundialmente no Festival de Cannes 2025, onde Kleber Mendonça Filho venceu o prêmio de Melhor Diretor e Wagner Moura foi premiado como Melhor Ator.
Também conquistou o Prêmio da Crítica e outros reconhecimentos internacionais.

Estreia, campanha e expectativas

O lançamento do filme nos cinemas brasileiros está marcado para 6 de novembro de 2025.
A escolha como representante nacional vem num momento de debates intensos sobre memória, ditadura militar e identidade no Brasil.
O Agente Secreto ainda precisará passar pelo crivo da Academia de Hollywood, que em dezembro divulgará uma pré-lista de filmes internacionais e, só depois, os indicados ao Oscar 2026.

Por que ele foi escolhido

Vários elementos contribuíram para que O Agente Secreto se sobressaísse:

Prestígio em festivais internacionais: os prêmios em Cannes dão visibilidade importante para campanhas ao Oscar.
Elenco de peso:  Wagner Moura, comprovadamente respeitado internacionalmente, é um ativo importante numa disputa que valoriza nomes reconhecíveis.
Tema relevante:  revisitar a ditadura militar com suspense político, memória e vigilância tem ressonância tanto interna quanto externa.
Apoio institucional:  o filme foi apoiado pelo Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e pela Ancine, o que demonstra respaldo público.

A escolha de O Agente Secreto como representante brasileiro no Oscar 2026 confirma alguns sinais fortes do cinema nacional:

A maturidade narrativa: filmes que lidam com o passado recente do Brasil, ditadura, repressão, memória, têm encontrado espaço não só no circuito nacional mas também internacional.
A valorização de cinema político que não deixa de dialogar com estética, estilo e suspense, não apenas com o “documentário de denúncia”.
A importância de combinar arte e engajamento com distribuição, campanha e visibilidade.

Se O Agente Secreto conseguir uma indicação, será mais uma demonstração de que o cinema brasileiro pode ocupar espaços de prestígio global, não apenas com seus festivais, mas também nas premiações mais visíveis do mundo.