SOBRE A OBRA
Aldrava consiste numa argola fixada em portas, tendo a função de movê-las; também serve para bater contra portas, chamando a atenção de quem está do lado de dentro. Chamar a atenção de quem está dentro, resguardado, é o que muitos dos poemas parecem buscar, convocando leitores a saírem da zona de conforto ou do isolamento. A jornada de lançamentos de Aldrava teve como primeira parada a cidade de Porto em Portugal. A convite do Clube Mulheres do Atlântico, o evento aconteceu na Casa Odara, no dia 06/07, com mediação de Hannah Bastos, fundadora do clube. O lançamento do livro em João Pessoa será no dia 23/08, no Cherimbom, com mediação da poeta paraibana Anna Apolinário.
Sou neta de analfabetas e foi graças aos passos e às bênçãos de minhas ancestrais que eu me tornei professora, escritora e editora. Estou sempre em movimento, buscando aprender e partilhar. Escrevi 6 livros, 5 publicados e 1 ainda inédito, entre prosa e poesia escrevi: A proporção áurea do caos (Escaleras, 2019); Harpia (Triluna, 2020); Ritos Encantatórios & Outras Ladainhas (Triluna, 2021); Abecedário Lírico (Triluna, 2022); Meu coração é uma cômoda de muitas gavetas (Inédito, finalista do prêmio Carolina Maria de Jesus); e Aldrava (Triluna, 2024). Atualmente, trabalho em um livro de contos de terror e outro de poesia erótica trilíngue, ambos ainda sem previsão de conclusão e publicação.
Aldrava é o meu quarto livro de poemas. Os textos foram escritos durante a pandemia, o livro é dividido em três eixos onde escrevo sobre ancestralidade, memória, resistência, feminismo, amor, maternagem solo, antirracismo e outros assuntos que movem a minha poética.
ARTE COMO ALIMENTO PARA O ESPÍRITO
Os locais de lançamento da obra foram selecionados com o propósito de assegurar a sua circulação em pontos-chave que permitam o encontro com leitores que, de fato, precisam da obra e vão encontrar nela artefatos bélico-poéticos de acolhimento e também de enfrentamento às estruturas que estão sempre buscando apagar nossas memórias e existências.
No Brasil, escolhi João Pessoa, Campina Grande, Cajazeiras e São Paulo, locais historicamente aquecidos pela produção cultural intensa, além de concentrar também vozes contemporâneas potentes. Já no exterior, Porto foi a cidade escolhida como sede, em um movimento de ocupar também algum espaço simbólico no território que outrora nos colonizou, o livro chegou até lá, apesar do projeto de extermínio, provando que a resistência do povo negro e originário brasileiro segue conseguindo furar bloqueios e entraves propositalmente construídos para corpos iguais ao meu.
Graças às parcerias com dois coletivos culturais em Portugal, o Clube de Leitura Mulheres do Atlântico e o Coletivo Epifania, a obra passou a integrar o acervo de ações futuras dos dois coletivos, que seguirão impulsionando a obra em trabalhos futuros. Acreditamos que a literatura e a arte-educação são caminhos potentes para construir a sociedade de que precisamos.
Em São Paulo, contamos com duas parcerias potentes para dois momentos de celebração da poesia: o primeiro lançamento aconteceu na Domi, dia 13/07, com mediação de Bárbara Zarif, do Coletivo Declama. Já o segundo lançamento aconteceu no Arsenal da Esperança, que é a maior casa de acolhimento da América Latina, na ocasião, os acolhidos fizeram a leitura compartilhada e foram presenteados com exemplares da obra. Além disso, a biblioteca do Arsenal da Esperança também recebeu a doação de exemplares de Aldrava. O lançamento no arsenal da esperança reuniu, além dos acolhidos, duas comitivas de jovens voluntários europeus vindos da Espanha e da Itália. O lançamento de Aldrava encerrou a agenda interna de celebração da visita do presidente italiano Sergio Mattarella.
Sigo acreditando que o livro encontra os leitores, sobretudo quando nos unimos a quem também corre em direção a esse mesmo objetivo, de levar arte a quem de fato precisa dela como alimento para o espírito.
O PROJETO
Aldrava é um projeto realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo – 1a Região com operacionalização da Secretaria de Estado da Cultura da Paraíba – Secult-PB. Focado na impressão e circulação dos livros, Aldrava conta com a previsão de cinco lançamentos com distribuição da obra em locais estratégicos nas cidades de lançamento.
Além da impressão do livro, como recurso de acessibilidade, será produzido um audiobook e um videobook com a leitura de poemas da obra a ser disponibilizado no Youtube, no Spotify e na Amazon Music, com previsão de finalização no segundo semestre de 2024. As cidades escolhidas para os lançamentos do livro foram: Porto – PT, São Paulo – SP, João Pessoa – PB, Campina Grande – PB e Cajazeiras– PB.
MULHERIO DAS LETRAS
Coletivo literário feminista que reúne escritoras, editoras, ilustradoras, pesquisadoras e livreiras, entre outras mulheres ligadas à cadeia criativa e produtiva do livro, no Brasil e no exterior, a fim de dar visibilidade, questionar e ampliar a participação de mulheres no cenário literário.