É certo que a maioria das dependências da Fundação Cultural José Lins do Rêgo estão belas e limpinhas.
Mas a verdade cruel é que o público que saiu do show de ChicoChico não conta com melhorias para sentar confortavelmente durante as diversas apresentações artísticas.
E olha, minha gente, que tinha no teatro figuras chamadas por personalidades chiques e gente simples, como é o caso do artista visitante, que passou todo o tempo com os pés descalços pra lá e pra cá.
A salvação nossa é que ChicoChico não pede coisas consideradas elitistas… é um cara visitante educado, desarmado e doido pra fazer sua arte ser reconhecida nacionalmente.
Acho que ele nunca irá espernear e fazer charme, como artistas paraibanos que se acham mitos.
Deixando o super show de domingo passado de lado, voltemos aos séculos que sustentam a arena sem a utilização de benditas almofadas.
Ouvi tanta gente reclamando e, o pior: até agora, meu traseiro tá cansado, doente e pensando em não voltar para prestigiar a rotina artista paraibana.
Essa falta de zelo por nossa imagem, dentro e fora de nossa casa, tem que chegar ao governador e ao secretário de Cultura.
Não entorta somente as costas e bundas. É a nossa realidade do setor cultural que permanece com repetitivas morosidades.
Chico Noronha
é jornalista e ativista cultural. Referência no jornalismo cultural paraibano, escreveu nos históricos jornais Correio da Paraíba e O Norte. Mantém, no Diário de Vanguarda, uma coluna dedicada à arte, à cultura e às múltiplas expressões da vida.